Investigação antitruste sobre uso do Android pelo Google está avançando, diz União Europeia
Comissão Europeia abriu em 2015 apuração sobre se empresa usa sistema operacional para prejudicar concorrentes. Android Pay, sistema de pagamento criado pelo Google para seu sistema operacional.
Divulgação/Google
As investigações sobre como o Google pode estar usando o sistema operacional de smartphones Android e o serviço de publicidade Google AdSense para prejudicar concorrentes estão avançando, disse a chefe de antitruste da Europa nesta quarta-feira (18), em meio à preocupação com a demora do processo.
A Comissão Europeia abriu a investigação sobre o Android em 2015, após uma queixa dois anos antes do grupo de lobby FairSearch.
Um documento visto pela Reuters em 2016 apontou que o órgão regulador de concorrência da UE planejava aplicar uma grande multa contra a empresa e exigiria que a companhia parasse de fornecer pagamentos de participação nos lucros aos fabricantes de smartphones para pré-instalar apenas a ferramenta de pesquisa do Google.
Próximo passo do Android é ir de celular a máquinas como câmeras e parquímetros, diz executivo do Google
União Europeia impõe multa ao Google de € 2,4 bilhões por abuso de poder econômico
Também é esperado que a empresa pare de exigir que o navegador Google Chrome e outros aplicativos sejam instalados junto com a Google Play Store. No caso do Google AdSense, o Google foi acusado de bloquear concorrentes em publicidade de pesquisa online em 2016.
A Comissão ainda tem que decidir sobre ambos os casos, provocando preocupações entre rivais e grupos de consumidores.
“Estamos avançando nos dois casos envolvendo o Google, tanto o caso do Android quanto o caso do AdSense”, disse Margrethe Vestager, comissária de Concorrência da UE, a parlamentares.
“Cinco anos no caso do Google parecem uma eternidade”, disse o parlamentar Ramon Tremosa. Fazendo eco a alguns dos rivais do Google, ele instou Vestager a fragmentar a empresa. Tal movimento é improvável devido ao alto patamar legal.
Margrethe Vestager, ex-ministra de economia da Dinamarca, lidera o órgão com poder de multar empresas em até 10% de seu faturamento global. Ela já aplicou uma multa recorde de € 2,4 bilhões (US$ 2,97 bilhões) ao Google no ano passado por afastar concorrentes de seu serviço de compras.
Especialistas do setor, analistas e até concorrentes do Google dizem que os reguladores podem ter dificuldades para romper a influência da empresa por causa de seu domínio enraizado e da popularidade de seus produtos.
Origem: G1 Tecnologia